Por Brunno Lemos | Rádio Domm
Foto: bastidores do cardápio da COP 30 em Belém — Foto: Reprodução/Fantástico
Saulo Jennings, chef paraense e embaixador gastronômico da ONU para o turismo sustentável, ganhou destaque internacional ao se recusar a preparar um menu totalmente vegano para um jantar que contaria com a presença do Príncipe William, durante um evento ligado ao Earthshot Prize, premiação ambiental promovida pela família real britânica.
O caso, que rapidamente se espalhou pela imprensa mundial, reacende o debate sobre sustentabilidade, cultura alimentar e respeito à identidade regional.
🌿 O pedido do evento e a recusa
O jantar fazia parte de uma cerimônia em Belém (PA), que serviria cerca de 700 convidados, com proposta de cardápio 100% vegano, alinhada à pauta ambiental do prêmio Earthshot — iniciativa global que busca soluções inovadoras para o clima.
Jennings, conhecido por valorizar os ingredientes e saberes da Amazônia, recusou o convite ao ser informado de que o menu deveria excluir completamente produtos de origem animal.
“A gente trabalha com vegano, mas eu não pensava que era excluindo a nossa matéria-prima, os peixes”, explicou o chef em entrevista.
“A gastronomia amazônica é feita com peixes, farinha, açaí, tucupi. Isso faz parte da nossa cultura e da economia das comunidades ribeirinhas. Eu não cozinho sem peixe.”
🐟 A defesa da culinária amazônica
Para Saulo Jennings, o pedido de um menu vegano não é apenas uma questão culinária — é também uma questão cultural e social.
Ele defende que a sustentabilidade não se resume ao veganismo, mas deve considerar o equilíbrio entre os recursos naturais, o sustento das populações locais e a valorização das tradições.
“Eu entendo a importância do veganismo e respeito quem o pratica, mas acredito que é perigoso tratar veganismo como sinônimo de sustentabilidade. O peixe de manejo sustentável faz parte da biodiversidade amazônica e garante renda a muitas famílias.”
O chef ressaltou que sua cozinha busca justamente mostrar ao mundo que a Amazônia pode ser sustentável incluindo fauna e flora, e não os excluindo.
🌎 Cultura e sustentabilidade em choque
O episódio trouxe à tona um debate mais amplo sobre como eventos globais lidam com tradições regionais.
Para muitos especialistas, a exigência de menus veganos em eventos ambientais internacionais pode acabar impondo um padrão alimentar que ignora realidades locais e saberes tradicionais.
A decisão de Jennings foi vista por alguns como uma atitude de coragem e coerência com sua filosofia culinária.
Outros, entretanto, argumentaram que ele perdeu uma oportunidade de representar o Brasil em um palco global.
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📌 Em resumo
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O chef Saulo Jennings, do Pará, recusou preparar um jantar 100% vegano para o Príncipe William.
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Ele justificou que sua culinária é baseada em ingredientes amazônicos, especialmente peixes de manejo sustentável.
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O caso levantou discussão global sobre sustentabilidade, identidade cultural e respeito às tradições regionais.
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